segunda-feira, 20 de setembro de 2010

À ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a cantar, trazendo os molhos de espigas…


Abrir mão das certezas que temos… as sementes, as melhores, ou pelo menos as últimas, aquelas que podiam fazer pão… já hoje!
Porquê abrir mão delas? Porquê olhar para mais longe? Porque não o carpe diem? Porquê investir num amanhã que me exige que deite à terra… que mate… as sementes que sobraram da colheita anterior?
Porque sim!
“Semear é preciso, viver não é preciso” é o amanhã que dá sentido ao hoje, é a esperança, que me abre ao futuro, que me dá a verdadeira dimensão. É o amanhã que faz a diferença entre o adormecer e a morte, mesmo que morra.
É o amanhã que dá utilidade ao que aprendi ontem, é o amanhã que me faz abrir as mão e deixar cair as sementes, mesmo que regadas com as lágrimas da incerteza e do medo, porque se for para viver um dia de cada vez, que seja o amanhã, o hoje é demasiado pequeno, preciso de mais tempo para ser feliz…


Sl 126

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